Política
Group CopyGroup 5 CopyGroup 13 CopyGroup 5 Copy 2Group 6 Copy
PUBLICIDADE

Por Vandson Lima e Renan Truffi, Valor — Brasília


A adesão maciça do MDB é o principal fator que permitiu que o requerimento para abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MEC alcançasse o número necessário de apoios. Se de fato instalado, o colegiado vai investigar suspeitas de corrupção no Ministério da Educação durante a gestão de Milton Ribeiro.

Praticamente um terço dos senadores que assinaram o pedido (9 de 31 signatários) é do MDB.

De toda a bancada do partido no Senado, composta por 12 integrantes, apenas três não assinaram até o momento: Fernando Bezerra Coelho (PE), que foi líder do governo de Jair Bolsonaro; Jader Barbalho (PA), que é pai do governador do Pará, Hélder Barbalho, candidato à reeleição; e Rose de Freitas (ES), alvo de uma polêmica no início da coleta de assinaturas, em abril. O nome dela constou entre os signatários, mas a senadora alegou não ter assinado e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do pedido, mostrou que a inclusão de seu nome havia sido requerida por meio do sistema interno do Senado, o que só poderia ter sido feita pela própria senadora ou por seu gabinete.

As assinaturas de emedebistas ganharam velocidade após a adesão do líder da bancada, Eduardo Braga (AM), que ocorreu no mesmo dia da prisão do ex-ministro Milton Ribeiro, na semana passada. Relator da CPI da Covid, no ano passado, o senador Renan Calheiros (AL) já mandou avisar que, se a CPI do MEC vingar, ele vai cancelar seu afastamento de quatro meses do cargo e retornar ao Senado para participar.

Líder da Oposição no Senado, Ranfolfe Rodrigues (Rede-AP) e outras lideranças políticas, protocolam o pedido de CPI — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo
Líder da Oposição no Senado, Ranfolfe Rodrigues (Rede-AP) e outras lideranças políticas, protocolam o pedido de CPI — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

Se o MDB adotou posição majoritária pró-CPI, o PSD, que também conta com 12 integrantes e divide o posto de maior bancada do Senado, está no polo oposto. Apesar de não fazer parte do governo Bolsonaro, o partido só deu uma assinatura para a criação da comissão, a do senador Omar Aziz (AM).

Nos bastidores, senadores da oposição ventilaram a expectativa de que três nomes pudessem aderir: Nelsinho Trad (MS), Otto Alencar (BA) e Alexandre Silveira (MG), este último um aliado muito próximo do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Na coletiva de imprensa, Randolfe Rodrigues chegou a citar o nome de Trad, líder do partido.

Questionado pelo Valor, Trad negou qualquer intenção de apoiar a CPI, assim como qualquer tratativas para que outros integrantes da sigla façam isso. “O PSD é pautado por sua independência e dentro da bancada há opinião divergente sobre o tema. Enquanto líder, defendi que os órgãos de controle responsáveis já investigam as denúncias e o fato de estarmos em um ano de eleições pode conferir à comissão um viés eleitoreiro. Respeitando e compreendendo o voto divergente que temos, não poderia deixar de reconhecer o apoio de 11 colegas senadores que compreenderam nossa posição”, disse.

Senadores podem retirar ou acrescentar assinaturas até a meia-noite do dia em que o requerimento de criação da CPI for lido em plenário. A leitura, atribuição de Pacheco, é procedimento necessário para instalação da comissão, mas não tem prazo estabelecido para ser feito.

A adesão de membros do PSD praticamente eliminaria qualquer chance de o Palácio do Planalto articular uma retirada de assinaturas suficiente para derrubar a CPI.

Mas, mesmo sem estes, a tarefa dos governistas não é fácil: com 31 signatários, o governo precisa convencer cinco senadores a mudar de posição para que o pedido perca o número mínimo, de 27 assinaturas, para prosseguir.

Agora o Valor Econômico está no WhatsApp!

Siga nosso canal e receba as notícias mais importantes do dia!

Mais do Valor Econômico

Algumas empresas têm encontrado êxito na Europa e nos Estados Unidos, um país que elas veem como um novo mercado vital

Entre alertas de mísseis e cortes de energia, fábricas ucranianas exportam cadeiras e armários

A marca ultrapassa o recorde da maior cheia que havia sido registrada no município, em 1941

Guaíba chega a 4,96 metros e atinge o maior nível de sua história

Foco no momento é resgatar as pessoas nas regiões mais afetadas, afirmou o governador

Eduardo Leite garante assistência a todas as regiões atingidas no RS

Ao todo, 281 municípios e 377.497 pessoas foram afetadas pelas enchentes e 24.666 ficaram desalojadas

Sobe para 56 o número de mortos no Rio Grande do Sul

Gol atravessa uma recuperação judicial nos Estados Unidos

Azul passa Gol e assume vice-liderança em viagens corporativas em março

A queda foi influenciada principalmente por uma piora das expectativas em relação aos setores nos quais os executivos atuam

Otimismo de diretores financeiros é menor do que no fim de 2023, mostra pesquisa

A função dos adultos diante dos tumultos estudantis é manter a paz sem sacrificar os direitos

ANÁLISE/FT: Os adultos, não os estudantes, são o problema dos EUA

Ações discutem diferentes pontos da reforma da Previdência de 2019 e representam um dos maiores riscos fiscais da União

STF pode julgar processos de impacto bilionário sobre aposentadoria na próxima semana

Jornalista Tom Cardoso relembra os momentos mais conhecidos da trajetória do artista

Chico Buarque para iniciantes: livro relembra jogo com Garrincha e juventude ligada à direita

“Posta-restante” é o primeiro livro de Cynthia Rimsky lançado no Brasil

A voz original da literatura latino-americana que embaralha realidade e fantasia